domingo, 23 de setembro de 2012

Olhos fechados para o mundo

Peça de Marcelo Rubens Paiva fala sobre a opção de seguir em frente ou apegar-se ao passado

A máxima popular “o pior cego é aquele que não quer ver” pode parecer genérica e gasta pelo tempo, mas serve de imagem sintética da peça No Retrovisor, que estreia hoje, a partir das 19 horas, em uma curta temporada no Miniauditório do Teatro Guaíra. Escrita pelo prosador e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva, autor de Feliz Ano Velho, Ua: Brari e Não És Tu, Brasil, a peça venceu o Prêmio Shell de melhor texto em 2002, e é uma montagem da Cia. Insaio de Teatro, que já havia encenado o espetáculo neste ano durante o Festival de Curitiba. “Tive o primeiro contato com a obra em 2002, numa montagem do próprio Rubens Paiva no Rio de Janeiro, e tive o desejo de encená-la. Acho que ele [Rubens Paiva] não tem aqui no Sul a mesma projeção e importância que tem no Rio e em São Paulo”, explica Braz Pereira, produtor da peça, que também integra o elenco.
No Retrovisor explora, em 1 hora e 20 minutos de duração, uma relação tortuosa entre dois amigos que se encontram 15 anos após um trágico acidente. Ney (interpretado por Braz Pereira) e Marcos (Edson Furlanetto) vivem intensamente a explosão cultural dos anos 1980, até que um acidente de carro, que deixa Ney completamente cego, causa um afastamento entre os dois. “Enquanto Ney, apesar de cego, deseja seguir em frente, Marcos se enclausura em seu próprio mundo, tomado pela culpa. Vendo o sofrimento do marido, a mulher de Marcos arranja um reencontro entre os dois”, resume o ator.

É então que Ney se torna um bem-sucedido cantor de música brega, enquanto Marcos continua buscando sentido para sua vida no passado – o ato de olhar para trás é metaforizado no retrovisor do título, explica o produtor. “Nessa trama, há a verdade do acidente de Ney, a cobrança que ele faz sobre a amizade de Marcos, e as lembranças da época em que viveram juntos”, detalha.
Dirigido pelo bailarino Ronaldo Pinheiro, a peça incorpora um pouco de dança também, na lembrança que os dois personagens principais têm de Bebel, uma namorada de Marcos que mantinha também um caso secreto com Ney. Já a cenografia procurou remontar a clausura voluntária de um dos personagens. “O apartamento de Marcos é como uma caixa de madeira, e os móveis são feitos de caixas de verduras, simbolizando a prisão do personagem que se recusa a olhar a vida em seu redor”, explica Pereira.
No Retrovisor ganhará ainda uma adaptação cinematográfica, que está em fase de pós-produção e, segundo Pereira, deve ser lançada no ano que vem. Já a peça da Cia. Insaio fica em cartaz em Curitiba até o dia 30 de setembro.

No Retrovisor
Miniauditório do Teatro Guaíra (R. Amintas de Barros, s/nº), (41) 3304-7900. Quintas, sextas e sábados, às 21 horas, e domingos, às 19 horas. R$20. Até 07 de Outubro

domingo, 29 de julho de 2012





Produtor do espetáculo Marido, Matriz e Filial é proibido de fazer a divulgação nas dependências do Centro de eventos Cau Hansen onde fica localizado o Teatro Juarez Machado em Joinville. O espetáculo vai estar em cartaz nos dias 03,04 e 05 de Agosto. O nosso produtor foi ameaçado pelos seguranças que se a divulgação fosse feita através de distribuição de Flyers, os mesmos chamariam a polícia.
A coação aconteceu durante as apresentações do Festival de Dança de Joinville.

A pergunta que fica é, Qual é o problema em se divulgar um evento cultural? Qual é o problema em distribuir flyers? Que mal isso pode causar para a população, a não ser o de fazer com que elas tenham acesso a informação do que irá acontecer no Centro de Eventos Cau Hansen. Sabemos que os seguranças cumprem ordens, mas quem ordena? Será algum funcionário comissionado indicado politicamente para cuidar de um espaço cultural e com certeza não deve lembrar qual foi o último livro que leu, qual foi o último espetáculo que assistiu, enfim, alguém que esquenta a cadeira e não está nem ai pra cultura à qual ele está destinado a cuidar. Fica aqui o nossa indignação...